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A professora Isabel Oliveira realizou nesta sexta-feira (7 de abril) um protesto contra o racismo num mercado de Curitiba, o Atacadão, localizado no bairro Portão (Av. Presidente Wenceslau Braz). A manifestação aconteceu depois da mulher ter denunciado em suas redes sociais ter sido perseguida por um segurança dentro do estabelecimento enquanto fazia suas compras. A empresa, por sua vez, divulgou uma nota afirmando ter apurado o caso e que “não identificou indícios de abordagem indevida”.

Em seu Instagram, Isabel fez um forte desabafo logo após a situação ocorrida no mercado. Aos prantos, ela relata o que havia acontecido há poucos instantes e explica que resolveu fazer a denúncia porque tem dois filhos e não quer que eles também tenham de passar por esse tipo de situação, sendo tratados como se fossem sempre uma ameaça por causa da cor de suas peles.

“Eu fui tratada como se eu fosse uma marginal. Eu fiquei sendo seguida pelo segurança dentro do mercado por mais de meia hora. Isso não pode ser normal. E eu aguardei e esperei observar se realmente ele estava me seguindo. E aí eu perguntei para ele se eu estava oferecendo algum risco pra loja, porque eu notei que desde que eu entrei na loja ele estava andando atrás de mim no mercado. Daí ele virou as costas e disse que não, que ele estava ali cuiando do setor, que era a função dele. Aí eu tive que fazer um escândalo dentro da loja, como se eu fosse uma imbecil, retardada gritando no meio da loja, pedindo para ser tratada com dignidade. Eu preciso fazer essa denúncia porque a gente não pode continuar sendo tratado como marginal. Eu só entrei para fazer as minhas compras, não estava oferecendo risco nenhum para ninguém”, afirma Isabel na gravação.

Ainda segundo a professora, ela ligou para a polícia através do 190 e foi questionada se os funcionários da empresa haviam se recusado a lhe atender ou se havia acontecido alguma situação que caracterizasse o crime de racismo. “Mas… porque nada aconteceu, só mandaram ele andar atrás de mim, ele estava só cumprindo o papel dele. E o papel dele deve ser perseguir uma pessoa preta dentro do mercado, e hoje fui eu a bola da vez. Não dá para admitir ser tratada assim, não dá. Não dá para ser tratado como se fosse sempre uma ameaça. Eu sei o que aconteceu e aí eu tenho que provar que estava sendo perseguida pelo segurança. E aí a gerente veio conversar comigo, me oferecer um copo de água para me acalmar. Não pode ficar assim, eu tenho dois filhos, não quero que eles passem por isso”, disse ainda ela.

Mãe de um bebê de um ano e dez meses e de um adolescente, a mulher foi apoiada por outros clientes da loja que perceberam a situação. Ela ainda ligou para o marido, que foi até o mercado para acudi-la após saber o que havia acontecido enquanto a mulher tentava fazer algumas compras para o almoço da família e fórmula para sua filha mais nova.

Diante da ausência de suporte por parte das autoridades, veio então a ideia de fazer um protesto. Isabel voltou ao mercado e, logo na entrada, começou a se despir, ficando só de calcinha e sutiã dentro do mercado para mostrar aos seguranças que não era ameaça e estava ali apenas para fazer compras. Em seu corpo, escreveu frases de protesto, como a pergunta “Eu sou uma ameaça?”

“Voltei à loja sem parecer uma ameaça e comprei o leite da minha filha. NÃO SOMOS AMEAÇAS (ainda). Última vez que entro nesse estabelecimento!”, escreveu ela em sua rede social.

Empresa diz não ter identificado “indícios de abordagem indevida”

Em nota divulgada após a repercussão do caso, o Atacadão disse ter apurado o caso, ouvindo funcionários e analisando as imagens de câmeras de segurança, e que “não identificou indícios de abordagem indevida”. Ainda segundo a empresa, desde as primeiras manifestações da cliente a supervisão e a gerência da loja teriam se colocado à disposição para a ouvir e oferecer o devido acolhimento.

“Lamentamos que a cliente tenha se sentido da maneira relatada, o que, evidentemente, vai totalmente contra nossos objetivos. A empresa possui uma política de tolerância zero contra qualquer tipo de comportamento discriminatório ou abordagem inadequada. Realiza treinamentos rotineiros para que isso não ocorra e possui um canal de denúncias disponível, dando total transparência ao processo. Ressaltamos, ainda, que nosso modelo de prevenção tem como foco o acolhimento aos clientes, com diretrizes de inclusão e respeito que também são repassadas aos nossos colaboradores por meio de treinamentos intensos e frequentes”, disse ainda a marca.

Fonte: https://marmorariacuritiba.com.br/blog/professora-tira-a-roupa-em-supermercado-de-curitiba-em-protesto-antirracismo

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